Este artigo, publicado na revista Pediatrics em agosto de 2016, busca identificar preditores de mau rendimento escolar em crianças de 2 anos que não têm atraso no desenvolvimento neuropsicomotor. Os autores avaliaram 4900 crianças de uma coorte dos Estados Unidos que não se enquadrariam nos critérios considerados habitualmente como de risco para o desenvolvimento, como crianças com muito baixo peso ao nascer. As crianças foram avaliadas quanto ao seu rendimento acadêmico e seu comportamento, e foram pesquisados dados sociodemográficos das crianças e de seus pais. 

     Nesta amostra, 24% dos pacientes que não apresentavam fatores considerados de risco para o desenvolvimento aos 2 anos tinham resultados acadêmicos ou comportamentais insatisfatórios ao ingressar no jardim da infância. Os fatores de risco encontrados pelos autores para esse resultado insatisfatório foram: nível educacional dos pais inferior a ensino superior completo; insegurança alimentar; saúde dos pais pobre; e pouca ou nenhuma leitura compartilhada em casa.

       Este artigo demonstra a importância de fatores psicossociais no desenvolvimento infantil, e levanta fatores de risco importantes facilmente identificáveis em uma consulta de puericultura. Identificar precocemente crianças com esses fatores de risco permite realizar intervenções com suas famílias a fim de minimizar suas consequências e permitir que a criança chegue ao jardim da infância com um rendimento escolar adequado em termos de cognição e comportamento.

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