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Boyhood - Visão do pediatra pela ótica do desenvolvimento infantil

 

Neste filme absolutamente genial e inovador do ponto de vista de produção já que acompanhou o desenvolvimento de uma família e principalmente de um menino dos 6 aos 18 anos, dando quase a sensação de um documentário, temos a oportunidade de acompanhar o próprio desenvolvimento deste menino (Maison) e sua irmã, ao longo deste período, com suas alegrias e tristezas, obstáculos e vitórias, sendo pontuados vários fatores de risco ao desenvolvimento infantil, como o alcoolismo , disrupção sócio-ambiental, pais jovens (quase adolescentes) e por vezes inconseqüentes nos primeiros anos de paternidade. Paralelamente são listados, ao longo do filme, os fatores de proteção ao desenvolvimento  que de alguma forma minimizam os fatores de risco, como a manutenção de um núcleo familiar formado e afetivo, pais concordantes, rede de apoio de amigos e avós e  a própria resiliência pessoal dos protagonistas.

 

Outro aspecto importante é a reversão de expectativa inicial formada e que serve de alerta ocasionalmente quando avaliamos pacientes com dificuldades escolares. O menino focado na história apresenta importantes dificuldades escolares, muito provavelmente relacionadas às disrupções sócio-ambientais que a família estava passando, mas em determinado momento do filme foi levantado a hipótese de Dislexia. Neste mesmo momento a irmã apresentava ótimas notas na escola e apresentava-se, para a família, como a mais promissora dos filhos em termos educacionais. Ao longo da história, fica nítida a reversão de expectativas , o que deixa o alerta da dificuldade de prognosticar o futuro em termos de desenvolvimento infantil.

 

Texto: dr Ricardo Sukiennik

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