
Caso Clínico
Mãe traz seu filho de 7 anos à emergência após aparecimento de manchas vermelhas difusas há um dia. Previamente hígido. Nega febre, vômitos, diarreia ou outras queixas. Quando questionada, conta que seu filho apresentou resfriado há cerca de 2 semanas, tendo melhorado por completo.
Ao exame físico, a criança está em bom estado geral, corada, hidratada, afebril. Pele com manchas por todo o corpo, que não desaparecem à digitopressão, conforme a figura abaixo:

Foram solicitados os seguintes exames:
Hemoglobina: 12,0 g/dL
Leucócitos: 12.100/mm3
47% neutrófilos
47% linfócitos
3% eosinófilos
3% monócitos
Plaquetas: 7.000 /mm3
Tempo de protrombina: 12 segundos
RNI: 1,05
KTTP: 32 segundos
Com base nesses dados, qual a hipótese diagnóstica principal?
Qual o manejo indicado?
:::Respostas abaixo:::
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Com base nesses dados, qual a hipótese diagnóstica principal?
Púrpura trombocitopênica idiopática (PTI).
A PTI é uma doença autoimune, caracterizada pela destruição de plaquetas mediada por autoanticorpos pelo sistema fagocítico-mononuclear. Tem maior incidência nos pré-escolares e ocorre geralmente 2-3 semanas após uma infecção viral ou vacinação. O quadro clínico mais comum é de sangramento cutâneo (hematomas e petéquias) e em mucosas. No perfil laboratorial, encontramos plaquetopenia, com macroplaquetas no sangue periférico.
Qual o manejo indicado?
Muitas crianças com PTI não precisarão de tratamento específico. Serão tratadas aquelas com plaquetas abaixo de 20-30 mil com sinais de sangramento importante.
Quando realizado, o tratamento se dá por:
- Imunoglobulina endovenosa (IVIG) , 0,8-1,0 g/kg dose única
ou
- Prednisolona, 1-2 mg/kg/dia, via oral, por 7 a 21 dias
Transfusão de plaquetas deve ser evitada ao máximo! Indica-se em casos de sangramento ativo com ameaça à vida.
Fonte:
Up to Date: Immune thrombocytopenia (ITP) in children: Initial management.
PICON, Paula Xavier; MAROSTICA, Paulo José Cauduro; BARROS, Elvino. Pediatria: consulta rápida. Porto Alegre: Artmed, 2010.
