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Caso Clínico: Icterícia

 

Mãe traz sua filha de 5 anos à emergência, referindo "amarelão" que surgiu há 1 dia. A mãe já havia procurado a emergência há 3 dias, relatando que a paciente apresentava febre, vômitos e redução do apetite há 4 dias; porém nessa ocasião recebeu alta com orientação de retornar caso necessário. Mãe nega outros sintomas associados. A paciente não tem comorbidades e não utiliza nenhuma medicação contínua.

 

Ao analisar a carteirinha de vacinação da criança, você percebe que ela recebou todas as vacinas oferecidas pelo SUS. Você procede, então, ao exame físico, onde observa icterícia e hepatomegalia. 

 

Você solicita exames laboratoriais, cujo resultado mostra TGO de 550, TGP de 670, BT de 3,5, BD de 2,8 e Fosfatase Alcalina e Gama GT normais.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Perguntas:

 

1.Quais a hipótese diagnóstica mais provável?

2.Quais os diagnósticos diferenciais?

3.Quais exames devem ser solicitados para comprovar o diagnóstico?

4.Qual o tratamento?

5.Por que a vacinação não impediu a infecção?

 

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Respostas:

 

1. A hipótese diagnóstica mais provável é Hepatite A, que é a forma mais prevalente de hepatites em crianças.

 

2. Os diagnósticos diferenciais incluem Hepatite B (pouco provável devido à vacinação), Hepatite C e Hepatite Auto-imune.

 

3. O exame que comprova a infecção aguda pelo vírus da hepatite A é o anti-HVA IgM; porém outros exames devem ser solicitados para excluir as outras hipóteses diagnósticas:

 

HBsAg e anti-HBc IgM - para excluir infecção aguda pelo vírus da hepatite B

anti-HCV - para excluir infecção pelo vírus da hepatite C

FAN e anti-músculo liso - para excluir hepatite auto-imune.

 

4.Se confirmado o diagnóstico de hepatite A, o tratamento é de suporte., visto que a hepatite A em geral é uma doença benigna e auto-limitada. Nenhuma dieta específica deve ser recomendada porque não há evidência científica que embase tal recomendação. A paciente, ainda, deve ser orientada a não retornar para a escola até que se completem 7 dias do início dos sintomas, a fim de evitar a propagação do vírus.

 

5. O calendário vacinal do SUS oferece apenas a vacina para hepatite B, e por isso a paciente não estava protegida contra o vírus A. A vacina contra a hepatite A é oferecida apenas em clínicas particulares.

 

 

Fonte: uptodate

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