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Febre + Exame de Urina Alterado

      Você está atendendo na emergência de um hospital pediátrico quando recebe uma  paciente feminina, com 3 meses de idade, que foi trazida à consulta pela mãe por febre há 4 dias. O bebê e previamente hígido e não apresenta qualquer outro sintoma além da febre. No exame físico, a paciente está levemente irritada e a sua temperatura axilar é de 38,5º. Não há outras anormalidades ao exame. Você, então, solicita alguns exames para investigação e o resultado do EQU (exame qualitativo de urina) vem com presença de leucócitos na urina. 

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A partir desse caso pergunta-se:

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1. O médico estava agindo corretamente ao solicitar um exame de urina para uma paciente cujo único sintoma era febre?

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2. O que a presença de leucócitos na urina indica?

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3. Como confirmar o diagnóstico?

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4. Quais os agentes etiológicos mais frequentes?

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5. Quais os fatores de risco para infecção urinária em crianças?

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6. Como proceder com relação ao tratamento e investigação do caso?

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Respostas:

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1. Sim, o médico agiu corretamente ao solicitar um exame de urina para uma paciente cujo único sintoma é febre, uma vez que a pielonefrite (infecção nos rins) é a infecção bacteriana mais comum em crianças menores de 24 meses que apresentam febre sem foco evidente e, portanto, deve sempre ser suspeitada.

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2. A presença de leucócitos na urina (denominada leucocitúria ou piúria) sugere infecção do trato urinário, embora não seja um achado patognomônico.

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3. Para confirmar o diagnóstico de infecção do trato urinário (ITU) deve-se solicitar uma urocultura. Para tanto, a amostra de urina deve ser coletada de forma estéril, isto é, sem que haja contaminação da amostra. No caso de crianças maiores que já utilizam o toalete, pode-se coletar urina do jato médio, desde que antes seja realizada uma higiene do períneo. Já no caso de crianças menores que usam fralda deve-se coletar a urina por sondagem vesical ou por punção supra-púbica.

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4. As ITUs são causadas principalmente por bactérias intestinas. As mais frequentes são Escherichia coli (responsável por 75-90% de todas as infecções urinárias), Klebsiella spp. e Proteus spp. Infecções por adenovírus e outras infecções virais também podem ocorrer, principalmente como causa de cistite (infecção na bexiga).

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5. Os principais fatores de risco para infecção urinária em crianças são sexo feminino; refluxo vesico-ureteral; constipação intestinal; disfunção miccional; e uropatia obstrutiva.

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6. O tratamento é feito com antibióticos, geralmente cefalosporinas, e após, deve ser dirigido pelo antibiograma. Em crianças ou lactentes com o primeiro episódio de ITU febril, deve-se realizar uma ecografia do aparelho urinário para avaliar a possibilidade de alguma complicação ou de alteração anatômica que predisponha à ITU.

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Referência: Nelson. Tratado de Pediatria. 19ª edição.

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