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Febre Sem Sinais de Locaização (FSSL)

 

Bebê de 20 dias de vida é trazido à emergência por sua mãe, que relata que na noite anterior o paciente iniciou com febre de até 38,5º, a qual persiste até o momento. Mãe nega outros sintomas associados. O paciente não tem comorbidades, nasceu à termo de parto normal e recebeu alta da maternidade junto com a mãe. Mãe nega contato do paciente com pessoas doentes, mas refere que sua filha mais velha frequenta a escolinha.

 

Ao exame físico, o bebê está em bom estado geral, apresenta temperatura axilar de 38,3º, FC: 120bpm, FR: 44mrpm e não apresenta outras alterações

 

 

Perguntas:

 

1. Qual a hipótese diagnóstica?

2. Quais as etiologias prováveis?

3. Qual a conduta inicial?

 

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Respostas:

 

1. Este paciente se encaixa no que chamamos de febre sem sinais de localização, que é definida como febre de início agudo (menos de 1 semana) desacompanhada de outros sinais clínicos.

 

2. A maior parte dos pacientes com febre sem sinais de localização apresenta uma infecção viral benigna e autolimitada, porém os recém-nascidos que apresentam febre e não parecem doentes têm um risco de 7% de ter infecção bacteriana grave (bacteremia oculta, pneumonia, meningite, osteomielite e ITU, entre outras). Os recém-nascidos com infecção grave podem ter adquirido patógenos da comunidade ou apresentar início tardio de doença bacteriana neonatal.  Assim, os principais agentes etiológicos a serem considerados são estreptococos do grupo B, E. coli, Listeria monocytogenes, herpes simples e enterovírus.

 

3. Devido ao risco elevado de um recém-nascido com FSSL apresentar infecção bacteriana grave e também em razão da falta de fiabilidade dos achados físicos e da imaturidade do sistema imunológico desses pacientes, recomenda-se que todos os pacientes com 28 dias de vida ou menos que apresentem febre sejam hospitalizados. A conduta inclui uma avaliação inicial com hemograma, PCR, hemocultura, urocultura e análise do LCR. Após a coleta dos exames deve ser iniciada antibioticoterapia empírica (ampicilina + cefotaxima).

 

 

Fonte:

Nelson. Tratado de Pediatria. 19ª edição.

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