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Hidrocele

      A hidrocele é uma patologia comum na qual ocorre um aumento de volume da bolsa escrotal. Sua origem é semelhante à da hérnia inguinal, porém ao invés de haver a formação de um saco com o peritônio, este passa a se comunicar com a bolsa escrotal através de um canal muito fino (processo vaginal), permitindo que haja passagem de líquido da cavidade peritoneal para a bolsa escrotal. É mais comum em neonatos e pode ser bilateral.

      Clinicamente, a hidrocele se apresenta como aumento de volume da bolsa escrotal, o qual apresenta variações de volume durante o dia, podendo aumentar ou diminuir conforme a criança chora ou faz esforços. Pode ser classificada em comunicante ou não comunicante, classificação importante para se empregar a conduta adequada.            A hidrocele não comunicante normalmente é autolimitada, apresentando uma incidência de menos de 1% após um ano de vida. Sendo assim, na maioria dos casos de hidrocele não comunicante não é necessário adotar uma conduta cirúrgica. Ela também pode ser encontrada em associação com traumas leves no escroto, torção testicular ou epididimite.

       A hidrocele comunicante varia em tamanho, usualmente associada à atividade física ou esforço, e é redutível. Nesses casos a cirurgia deve se realizada logo após o diagnóstico, uma vez que não há resolução espontânea. Essa cirurgia consiste em esvaziar o escroto com delicada compressão, utilizando técnica semelhante à empregada nos casos de hérnia, juntamente com a aspiração do líquido.

     O exame físico adequado é extremamente importante para a realização do diagnóstico diferencial dessa patologia, sendo indicado a realização de transiluminação para avaliar o conteúdo do volume da bolsa escrotal. No caso de hidrocele, esse conteúdo será unicamente líquido, o que não ocorre nos casos de hérnias ou tumores testiculares. Se houver qualquer dúvida sobre a presença de massa intraescrotal, a ultrassonografia deve ser realizada. A presença de hidrocele contralateral deve ser excluída.

        Não há evidência de danos ao testículo causados pela presença da hidrocele.

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Texto: Camila Cunha Carvalho

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Referências:

Cirurgia Pediátrica – Teoria e Prática: Souza, João Carlos Ketzer de – 2007 – Roca

LOPEZ, F.A. & CAMPOS JUNIOR, D. Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria – 2ed. – Barueri, SP: Manole, 2010.

http://uroweb.org/wp-content/uploads/Paediatric- Urology-2012- pocket.pdf

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