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Meningite

Sinal de Brudzinski - característico de meningismo

       Meningite é um processo inflamatório das meninges, membranas que envolvem o encéfalo e a medula espinhal. Suas causas podem ser diversas, tais como uso de medicamentos, neoplasias, lesão física, mas geralmente ocorrem por infecção bacteriana, viral, fúngica ou parasitária. Meningites bacterianas e virais possuem potencial de produzir surtos, sendo significativamente importantes do ponto de vista de saúde pública.

      Sintomas iniciais de meningite podem imitar uma gripe, sendo que os mesmos podem se desenvolver em algumas horas ou em alguns dias. Em pacientes acima de dois anos, possíveis sinais e sintomas são: febre alta repentina, rigidez do pescoço, dor de cabeça associada à náusea e vômito, dor de cabeça severa diferente das habituais, confusão, sensibilidade à luz, convulsões, sonolência ou dificuldade em acordar, manchas na pele, perda de apetite. Já recém-nascidos podem apresentar febre alta, choro constante, irritabilidade, protuberância na fontanela, rigidez no pescoço ou corporal e perda de vontade de se alimentar.

      Toda criança que apresente febre com sinais e sintomas de doença do sistema nervoso central (SNC), como alteração do estado mental ou qualquer evidência de disfunção neurológica, deve obrigatoriamente ser investigada quanto a infecção do SNC como diagnóstico inicial. O diagnóstico e tratamento precoce são essenciais para um melhor prognóstico da doença, evitando-se complicações que podem ser tanto agudas quanto a longo prazo (como perda auditiva, alterações do desenvolvimento leves ou graves, paralisia cerebral e retardo mental).

      Alguns fatores de risco para meningite incluem: não completar o calendário de vacinação recomendado; viver em um ambiente de comunidade – risco maior de meningite meningocócica, visto que a bactéria é transmitida por via respiratória, espalhando-se rapidamente em aglomerações de pessoas; idade (maioria dos casos de meningite viral ocorrem em crianças menores de 5 anos, enquanto meningite bacteriana é comum em menores de 20 anos); gravidez; e comprometimento do sistema imune.

      Uma vez que existam sinais e sintomas sugestivos de meningite, o exame do líquor é fundamental para o diagnóstico, sendo realizado através de uma punção lombar. A análise liquórica é realizada para celularidade, bioquímica (proteína, glicose), Gram e cultura, pesquisa de antígenos e reação em cadeia da polimerase (PCR). As hemoculturas são positivas em 80 a 90% dos casos, e a PCR do sangue, além do esfregaço das lesões de pele para Gram, contribui para o diagnóstico etiológico da meningite bacteriana aguda (MBA). Outros exames complementares como hemograma, bioquímica, proteína C reativa também são úteis no diagnóstico de MBA.

   Uma causa importante de atraso no diagnóstico é a indicação de exames de imagem, como a tomografia computadorizada de crânio, antes da punção lombar. Os exames de imagem estão indicados como abordagem inicial somente quando houver contraindicações de punção lombar, que são raras em crianças, mas devendo ser evitada quando existe: importante comprometimento cardiorespiratório, principalmente em neonatos; suspeita de hipertensão intracraniana, com sinais focais e/ou papiledema; e infecção no local da punção. Nos casos suspeitos de hipertensão intracraniana, a tomografia computadorizada de crânio está indicada.

     O tratamento vai depender do tipo de meningite. Casos de meningite bacteriana aguda são tratados imediatamente com antibioticoterapia intravenosa empírica, de amplo espectro até o resultado dos exames, e corticoide. Já meningites virais melhoram espontaneamente com o decorrer do tempo, sendo que seu tratamento pode incluir descanso, muitos fluídos e medicamentos para reduzir a febre e aliviar a dor no corpo. Nos casos em que a causa da meningite não for clara, o médico pode iniciar o tratamento antiviral e antibiótico, até a causa ser determinada.

    O diagnóstico precoce seguido de imediato início da terapêutica é fundamental para um bom prognóstico. Assim, procurar atendimento médico é essencial caso haja suspeita de meningite.

 

 

 

Texto: Camila Carvalho

 

 

Referências:

DE FARIA, Sonia M.; FARHAT, Calil K. Meningites bacterianas-diagnóstico e conduta. Jornal de Pediatria, v. 99, n. 75 -Supl 1, p. S46, 1999.

DE AUDIÊNCIA, Relatório; DAS NEVES SZTAJNBOK, Denise Cardoso. Meningite bacteriana aguda.

http://www.mayoclinic.org/diseases-conditions/meningitis/symptoms-causes/dxc-20169522

Criado para projeto PID UFCSPA

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