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Pequena Miss Sunshine

e os fatores de risco ao desenvolvimento infantil

 

Filme independente que relata a história de uma família disfuncional.

Ao mesmo tempo em que está recebendo em sua casa o tio em recuperação de tentativa de suicídio após uma desilusão amorosa, a família precisa e decide viajar 700 km pelo interior dos EUA até a Califórnia para que a caçula participe de um concurso de pequena.

Este filme sensível – e muitas vezes engraçado, consegue retratar as mazelas da sociedade de classe média americana, e apresenta de forma inteligente e única uma oportunidade de rever os fatores de risco e proteção ao desenvolvimento infantil.

Podemos observar riscos inerentes ao desenvolvimento dentro do próprio funcionamento da família: o pai persegue o sucesso por um “plano de metas”, vende um programa de auto-ajuda, mas fracassa em suas investidas comerciais e não enxerga o que está ocorrendo ao seu redor; o filho de 16 anos vive um conflito, apresentando-se em mutismo eletivo; a mãe é tabagista compulsiva; por fim, o avô foi expulso de uma casa de repouso por ser usuário frequente de cocaína.

Apesar de todos esses fatores de risco, a família mantém seu núcleo básico capaz de fornecer proteção à menina. Esta proteção é notada principalmente quando a menina está prestes a ser humilhada no concurso, diante de um sistema de valorização da beleza baseado em regras comerciais e com valores bastante questionáveis.

Dentro de um olhar pediátrico, este conflito entre fatores de risco e proteção justificam a visualização desta obra-prima.

 

 

Texto: dr Ricardo Sukiennik

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