Meu filho bateu a cabeça: e agora?
Estar atento aos sinais de alerta e levar seu filho imediatamente à emergência caso apresente algum deles (perda de consciência, amnésia, sonolência excessiva, vômitos, convulsões, ou qualquer outro sintoma que você desconheça).
TCE em crianças
O traumatismo crânio-encefálico (TCE) é frequente em pacientes pediátricos, principalmente na época de calor, e é responsável por 40% das mortes relacionadas a trauma em crianças. Devido à importância do tema, vale a pena revisar alguns aspectos relevantes no manejo do TCE em crianças:
O TCE em crianças costuma ser leve e, em geral, não deixa sequelas. Entretanto, algumas crianças que aparentam ter sofrido um trauma leve podem na verdade ter uma injúria clinicamente significante. Nesse sentido, é necessário avaliar corretamente cada situação, a fim de identificar possíveis lesões ao sistema nervoso e evitar doses desnecessárias de irradiação.
O primeiro ponto importante a ser avaliado é a escala de Glasgow. É considerada com TCE leve aquela criança com score de Glasgow entre 13 e 15; com TCE moderado entre 9 e 12 e TCE grave com score de Glasgow menor do que 9. Outros pontos importantes a serem avaliados são a presença e a duração da perda de consciência, de crises convulsivas e de amnésia pós-traumática; e o mecanismo da lesão. Além disso, é importante observar náuseas, vômitos, cefaleia, irritabilidade, letargia e distúrbios visuais.
O exame físico deve avaliar sinais associados à fratura de crânio, como laceração ou deformidade no couro cabeludo; presença de lesões em outras partes do corpo; avaliação pupilar; e avaliação dos reflexos.
Uma vez realizada a avaliação inicial da criança, é necessário definir a conduta. Nem sempre é necessário realizar exames de imagem, e a maior parte das crianças com TCE leve pode ser observada em casa, com orientação de retornar à emergência caso necessário. Por outro lado, quando a criança apresenta sinais de alerta, deve ser avaliada quanto à necessidade de realizar exame de imagem. Os sinais de alerta mais comuns são: perda de consciência, amnésia, sonolência excessiva, vômitos, convulsões, fontanelas abauladas, evidência de fratura de base de crânio, déficit neurológico focal.
Concluindo, o TCE é uma patologia frequente em crianças. Geralmente é de baixa gravidade e não deixa sequelas, porém crianças com sinais de gravidade devem ser avaliadas com mais cuidado.
Fontes
UpToDate
O que todo pediatra deve saber sobre traumatismo cranioencefálico leve na infância. Pereira, Carlos Umberto; Oliveira, Débora M P; Lima, Alyne Andrade. Pediatria Moderna Maio 13 V 49 N 5
Texto: Elisa Correia