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Asma

      A asma é uma doença inflamatória crônica, caracterizada por hiperresponsividade das vias aéreas inferiores e por limitação variável ao fluxo aéreo, manifestando-se clinicamente por episódios recorrentes de sibilância, dispneia, aperto no peito e tosse, particularmente à noite e pela manhã ao despertar. A obstrução ao fluxo aéreo é difusa, variável e reversível espontaneamente ou com tratamento. É uma condição multifatorial determinada pela interação de fatores genéticos (crianças que apresentam pais com história de asma tem maior risco de desenvolver a doença) e ambientais, tais como exposição à alérgenos, irritantes ou exercício físico. Essa doença é terceira causa de hospitalizações entre crianças e adultos jovens pelo Sistema Único de Saúde.

      A asma apresenta uma evolução variável, com períodos assintomáticos intercalados com períodos sintomáticos, além apresentar diferentes fenótipos durante a infância. Esses fenótipos consideram a idade de início do quadro, a duração e os

fatores desencadeantes dos sintomas. O diagnóstico inicial da asma é basicamente clínico. Deve-se suspeitar de asma sempre que uma criança apresentar episódios recorrentes de tosse e sibilância, sendo o seu reconhecimento precoce em lactentes e pré-escolares o principal desafio.

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      A espirometria é um exame que fornece informações que auxiliam o diagnóstico e o tratamento da asma, podendo ser realizada na maioria das crianças com seis anos ou mais, uma vez que estas são capazes de realizar as manobras de expiração forçada necessárias a uma boa qualidade de exame. Entretanto, uma espirometria normal não exclui o diagnóstico de asma, o que pode acontecer, por exemplo, nos casos de asma bem controlada. Para se estabelecer um plano adequado de tratamento para o paciente asmático, é importante que se saiba a gravidade da sua doença, que é baseada na

presença de sintomas, limitação das atividades físicas, visitas a serviços de emergência e alterações de provas de função pulmonar. Nessa avaliação, os pacientes devem ser considerados fora de exacerbações agudas.

      Segundo o II Consenso Brasileiro no Manejo da Asma, a asma pode ser classificada como Leve, Moderada ou Grave. São considerados portadores de asma leve os que apresentam sintomas (chiado, aperto no peito, falta de ar, tosse) no máximo duas vezes por semana ou apenas aos exercícios, geralmente de curta duração e que são rapidamente aliviados com broncodilatadores. Eles têm atividades, geralmente, normais, sem perda de mais do que um dia ocasional de trabalho ou escola. As crises duram menos do que um dia por mês e são facilmente controladas com broncodilatadores, não sendo necessário ir ao pronto socorro ou unidades de emergência. O sono, em geral, é normal, ou interrompido por exacerbações agudas no máximo duas vezes ao mês. O uso de broncodilatadores para alívio não ocorre mais do que duas vezes por semana, não considerando o uso eventual para prevenção de asma de exercício.

      Os portadores de asma moderada apresentam sintomas mais do que duas vezes por semana, mas não são contínuos. As crises têm duração superior a um dia ao mês e não requerem cursos repetidos de corticosteróides sistêmicos para controle ou internações. Os sintomas noturnos são comuns, e o sono é interrompido por crise mais do que duas vezes por mês, mas não mais do que duas vezes por semana. As atividades físicas são prejudicadas e há algumas faltas ao trabalho ou à escola. Esses pacientes utilizam broncodilatadores para alívio de sintomas mais do que duas vezes por semana, mas não diariamente ou menos que duas vezes ao dia.

      Já os portadores de asma grave são aqueles que apresentam sintomas contínuos, com crises com risco de vida ou necessitando internações ou cursos frequentes de corticosteróides sistêmicos. Os sintomas noturnos são frequentes, e o sono é interrompido por asma duas ou mais vezes por semana. As atividades usuais estão prejudicadas, com faltas frequentes ao trabalho ou à escola. O uso de broncodilatadores ocorre mais de duas vezes ao dia para alívio de sintomas, e o de corticosteróide oral ou parenteral é frequente.

      No tratamento do paciente asmático, a identificação e o controle dos agentes etiológicos e dos possíveis agravantes é parte fundamental. A via inalatória é a mais adequada para a administração de fármacos a pacientes asmáticos. Além disso, nos casos em há indicação do dispositivo inalador, é extremamente importante a utilização dos dispositivos adequados para cada faixa etária, conforme indicado abaixo:

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(Clique aqui para ler a nota sobre o uso de espaçadores)

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      Usualmente, o tratamento da asma é dividido em tratamento da crise ou exacerbação e tratamento de manutenção. Entretanto, dentro do conceito de asma como doença crônica, o mais importante é o seguimento longitudinal e a avaliação da necessidade de tratamento de manutenção, contínuo a médio ou longo prazo. Assim, um acompanhamento médico adequado é fundamental.

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Texto: Camila Cunha Carvalho

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Referências:

Tratado de Pediatria: Sociedade Brasileira de Pediatria – 2.ed.

https://www.sbp.com.br/img/cursos/asma/asma_pediatrica01.pdf

http://www.jped.com.br/conteudo/98-74- s48/port.pdf

http://www.asbai.org.br/revistas/vol295/IV_diretrizes_brasileiras_para_o_manejo_da_a

sma.pdf

http://ftp.medicina.ufmg.br/ped/Arquivos/2013/asma8periodo_21_08_2013.pdf

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